quarta-feira, 18 de abril de 2012


Ração de Ego

Nada mais que uma matilha de chacais a pretensa sociedade atual. Não há lealdade maior que o interesse nem sensibilidade maior que o ego.
          Sôfrega trôpega, a honra balbucia cânticos semi esquecidos de esperança ao pó da terra amaldiçoada, e seus ecos são delicadamente oferecidos de volta embrulhados em falácias, com mais um anzol a perfurar a boca ímpia que escorre de iras caladas por tristes frustrações...
  Mas não é a miragem que esmorece o beduíno, pois que é feita de ilusão, e não sólida e eterna como meu caráter. E caiam como trigo os espíritos detritos envoltos em corpos vistosos e meneantes olhares magnéticos; não perderá em mil mortes o fio da espada de minha dignidade!
          Aos que têm fome de vaidade, ofereço-me a devorar, embora não seja eu ração de seu ego, mas é infinita a generosidade da fonte da completude de onde alimento a vaidade te enchendo de mais e mais vazios.
  A fome eterna dos vivos-mortos, reais em corpos e mentes procuram almas, pois da sua perdida, vendida por imagens, o sustentáculo do digno, caráter, ética, honra, da verdade, lealdade, honestidade, clareza, do íntegro, verdadeiro, transparente, generoso, construtivo, prestimoso, do mútuo, aliado, da empatia; veio a beleza da imagem em fantasia, ladeada por mentiras douradas, toda sorte de brilhantes orgulhos e jóias estereótipas... Feitos de vazios, têm fome de aprender em uma língua que já não compreendem, não podem agarrar o que desejam obter com suas mãos tão afeitas a acariciar que não mais são capazes de amparar, olhos pidões que vêem aparências mas não expressões, embora distinguam entre brilhos de pedras preciosas e lágrimas, observam sem enxergar, desejam sem mais saber querer um sentir que não cabe mais em um coração que já não bate, negocia...
  O irmão ao seu lado está em pé, mas entremeia o olhar paralelo ao seu, mirando um mesmo horizonte em destino, com furtivos olhares perpendiculares a vigiar-te... A mão que pede clemência oferecendo espinhos de curare te chama a brindar com cicuta por tua própria desgraça regada a lágrimas sem sal ou sentimento, mas com objetivos...
  Onde estarão os bravos do punho cerrado e dos fios do bigode e da navalha? Onde estarão as filhas da Lua de sentimentos, planos e esperanças? Onde estarão os astros que todos já me parecem cadentes onde não sei mais o que é universo e o que é soberba?
          Ainda serei eu o maior e último dos idiotas, e nunca haverá uma decadente humanidade que não tenha provado o gosto da minha integridade e ficado em pé. Matarei a todos sem crueldade, pois que morrerão no cáustico horror do reflexo em espelho de Medusa.
          E será divindade o que terei, ainda que sozinho, se esta for minha sina; mas não me renderei ao senso comum de devorarem-se as carniças.
  Do suor, vinho; do pó da estrada, gozo; das ilusões, possibilidades; do impossível, arte.
          E deuses, sigam suas naturezas e dêem-me o que acharem por bem. Não lhes dirijo apelos ou lamentos; troçando ou testando, desaprovo esse meio, pois íntegro os segrego lugares ao meu lado. Acima de mim, só o céu infinito.
                                                                 Dario Pendragon

terça-feira, 10 de abril de 2012


   Ler nos dá a capacidade de ir a outros mundos e de pisar mais firme no mundo em que vivemos. E também a capacidade de criar nosso próprio mundo particular.

   Livros são um mundo de possibilidades. Infinitas. Viajar sem sair do lugar, sem enjôo nem jet lag (mas ainda assim é recomendável desligar o celular para fazer boa viagem). 

A leitura é uma bela estrada para todos os destinos. E é impossível voltar o mesmo - talvez nem todos caminhos tenham volta.

Ler é dar um passo a frente para onde se quer chegar. É transformação, dentro e fora.



“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.”

(Mário Quintana)

quinta-feira, 22 de março de 2012

O Divã da Luly

Certa vez alguém criou 'O Divã da Luly'. Acho que foi Jackie, da comunidade do Orkut que gerou este blog. Deve ter sido inspirado no livro e filme de Martha Medeiros, não sei bem.
E aí fui promovida a pitacóloga, dando pitacos consentidos na vida alheia.
Não dou conselho, não sei nada sobre tratamentos psicológicos. Só sei que se perguntar, eu falo!
E agora vou atender por aqui às dúvidas em geral da população real e imaginária. Vamos dar voz aos nossos egos, alter egos e amigos imaginários.
Então é isto. Estou aqui, é só perguntar.

Luly Presler, Pitacóloga e Mulher.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pá + Lavra = Palavra !!

Linda e deliciosamente visceral é a palavra. Encontrá-la imóvel, muda, queda, em estado de dicionário, e dar-lhe vida, é algo que beira o mágico, o sublime.

 

Ela transcende limites, muros, grades. Ocupa espaços, ultrapassa línguas, faz levitar. Suas nuances de ritmo, harmonia e melodia provocam os mais variados sentires. Palavra tem sabor. Tem cor. Tem cheiro.
 

Provar dela é mergulhar em diafaneidades, mas é também provar do caos.
 

É alegria, mas também é dor. E medo.
 

Parte de sua magia está em sua atemporalidade. Sua força é tanta que transcende gerações. Seus tons alcançam os ares, percorrem os poros e os penetram, estraçalhando-os, invadindo espaços, veia a veia, movendo-se em fios de sangue.
 

Desafia. Provoca. Subverte.
 

Move mundos, aproxima pessoas e realiza quereres.
 

Acalenta. Unifica. Encurta distâncias.

Que ela nunca nos falte e que sejam nossa mais perfeita tradução, mesmo nos nossos mais intermináveis silêncios.

.....
Jackie...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Intitulável

Não chores, amor, tampouco me ame
que o amor não vale o suor derramado

recolha os travesseiros, não reclames
que o beijo não vale mais que o fato

agradeço, porém, nosso trato vedado
que o ato é consumação torpe do Ato

se fordes incapaz de engolir meu dolo
após recolher os travesseiros vá-te

jamais me entregues ao brio afamado

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sobre o “discurso vazio”...

Antes de iniciar esta despretensiosa reflexão, sempre cabe salientar que NÃO se trata de um recado indireto aos companheiros de blog ou comunais da “IéA”, que minha intenção seja expressar meu ponto de vista e, eventualmente, debater o tema...
Há tempos me incomoda profundamente o que denomino “discurso vazio”.
Este tipo de discurso é conhecido por todos nós: em síntese, consiste na teoria desvinculada da prática; na falta de coerência entre a defesa das ideias, valores e concepções; em uma vida que segue na contramão destas defesas ideológicas, sendo observado, preponderantemente, na defesa da moral, da ética ou no discurso religioso.
Naturalmente, NÃO estou insinuando que TODO o discurso moral seja destituído de correspondência prática, contudo, francamente, observo que, ao menos em nossos dias, esta situação possa ser observada na esmagadora maioria dos casos.
Tal constatação levou-me a adotar uma atitude de “descrença” em relação a quase todo o tipo de discurso moralizante.
É bem verdade que, eventualmente, tais discursos produzam os efeitos pretendidos, mormente quando o ouvinte (leitor, etc...) desconheça a hipocrisia (ainda que involuntária) do defensor da moral e do “bom-mocismo”.
Bem sei, também, que alguns argumentarão que tais discursos e “admoestações” sejam bem intencionados, que nossa imperfeição seja constitutiva, que a ética e a moral sejam ideais a serem perseguidos, e, por este motivo, não careçam de correspondência prática; contudo, ao descobrir a falta de coerência entre a pregação da virtude e a vida virtuosa, restará ao ouvinte/leitor outro efeito senão a desesperança, o ceticismo ou a reprodução da hipocrisia?
Em resumo, concluo que apenas uma vida virtuosa e ética possa sustentar a pregação destes valores elevados e que as lições de vida eficientes tem origem no exemplo de conduta e não nestes discursos destituídos de concretude fática.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

BBB - Basta de burrice brasileiros

Essa megalópole, é uma hiperbole usada sem contexto literario, sem motivo aparente...


Mas sem raciocinar muito, entendo porque são assim! efusivos á si mesmos? ta"ch"ativos... (provém de tachas, tachinhas... no sentido de incomodar) todos são tão perfeitinhos, coloridos, não são gordos, nem pobre, afinal, ser gordo ou pobre é errado... são extra-coerentes e verdadeiros, como os participantes e os heróis, os garotos, e as garotas do (de) programa, muitos chama de entreterimento, eu chamo de crime á inteligência... Apologia á preconceitos, eles, os "heróis" habitam por alguns meses uma "jaula" televisionada... onde comportam-se como animais, querendo chamar a atenção, sendo pornográficos, mostrando bunda, peito, barriga, musculos... porquê deve-se gostar de ver isso? Onde está o tempo dedicado á familia, as discussões sobre educação, valores, e respeito, foram trocadas por exibicionistas baubuciando fama, e trocando o corpo por qualquer tipo de mídia, nem animais fazem isso.. o que são esses? Heróis.. Por amor á humanidade, esse enlatado americano está cada vez mais infectando as familias brasileiras, pois virar moda aqui no Brasil é prático, ser coloquial, ser "abertinho" cheio de frases feitas e rimas óbvias, é legal?
Onde estão as musicas de Tom Jobim, as poesias de Carlos Drummond de Andrade, Cecilia, Clarice... hoje é moda ser ridiculo? é isso, Enquanto o brasileiro perde tempo assistindo telelixo... Os glutões e porcos mórbidos continuam roubando mais dinheiro e criando mais modos para roubar os brasileiros... basta de impunidade, precisa-se de pessoas mais respeitosas, hoje pornografia se vê em crianças de 12, 13 anos.. porquê? Os pais não têm tempo?! Mentira! é a TV que destrói, é o preconceito e o desrespeito que impera, chega de baixaria... bundas, peitos e afins na sala de família, na mesa do jantar? O país do carnaval, do futebol, da cultura e festividades, tá bom.. cai nessa sim e conforme-se, mas não abra o bico pra reclamar... você não tem esse direito, voce contribui para isso, enquanto permitir que esse lixo continue entrando em sua casa... e estragando a mentalidade de seus familiares...